Peixe de Aquário

19 outubro 2006

A Biblioteca Submergida

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Ontem à noite acabei de ler A Biblioteca Submergida de Flávio Viegas Amoreira - um longo poema publicado em uma capa verde linda (cartão papirus 280 g/m2 da 7Letras para os fetichistas de plantão).

É interessante que o poema longo volta a ganhar adeptos, vide o no prelo De Novo Nada, do Paulo Ferraz, com aproximadamente 600 versos (ótimo). Fiquei pensando que é talvez uma forma de resistência e de reinserção do lírico após tantas reviravoltas estéticas - afinal, a construção e leitura de um poema longo exigem diálogos com outras tradições e uma dedicação de leitor e escritor muito além do poema curto, poema pílula, poema rápido que se insere entre um cafezinho e outro. O poema longo exige um tempo que nossos tempos andam cortando de nós.


No caso do Flávio, ele retoma mitos gregos, mas misturados a produtos da indústria cultural, termos judaicos, russos, alemão, literatura brasileira em releituras, "torre de marfim aparente, setting". Esse aparente caos possui, entretanto, uma organização e objetivo bem definidos: uma grande reflexão sobre a própria poesia e o esfacelamento de relações mais estabelecidas para precisarmos o que seja o "lírico" hoje.

Mas para os leitores entre um cafezinho e outro, selecionei 4 versos. Agradeço ao Flávio o texto.

silencia: caixas de alma
pandoras, estantes peitoris de janelas


poesia exige pausa medida
perigo do excesso desperdiça
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