O Poema Branco
O Poema Branco
e ela montada
no topo da bicicleta ergométrica
uma caixinha de música
laqueada como gelo
a rodar, a esperar
a agulha hipodérmica de endorfina
para capar seu coração.
um romance raso.
eu queria ser um esquimó
mas entre uma faísca e outra,
o frio da estroboscópica,
a solidão me dá picadas
uma cocaína negra com mel
que me anima.
minhas mortes são semanais.
em lençóis alugados por pernoite
no degelo de teus cabelos negros
de latin lover
e como você faz a tantas menininhas
teu dedos apalpam minha pequena morte úmida
e lhe aplica um grito seco na canção de rádio pela tarde
olhos pretos cheios de branco
mas agora é escuro
pela pia de mármore duro
ela derrama a borra de café
que se transforma em terra
que embala os natimortos de nossos sonhos
um romance raso.
e ela entediada roía unhas
na internet os esquimós
seus pés assustadoramente descalços.
Para o Vicente Pietroforte, a partir do A Fada do IML do Del Candeias.
4 Comentários:
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............... . Um abraço da,
................ . Daniela
By Anônimo, at 12:22 PM
Depois do suor todo, o poema ficou mesmo animal, Anitcha! Gostei muitíssimo dele, mas acho que já havia te dito isso lá na salsa.
Na terça vou dar um jeitinho de aparecer na Casa das Rosas, mas nada nos impede de marcarmos um almoço, não?
Beijinhos!
By Anônimo, at 11:23 PM
tenho mortes semanais de cansaco.
gostaria de uma duble para trabalhar no meu lugar enquanto descanso e me divirto - nessa ordem.
anda abolindo os conectivos sim (risos). gostei das imagens frias e brancas, de gelo seco e degelo.
um beijo
By virna, at 1:03 AM
Esquemaeam!
Há!
By Anônimo, at 10:18 PM
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