De Olhos bem Fechados
Muito além do que a crítica de guia de jornal fala, que seria um filme sobre um casal em crise e blablablá, há uma grande experiência do onírico no filme, que chega a contorcer o cenário, as personagens, iluminação. É exatamente na afirmação que tudo foi um sonho visto por um sujeito que gostaria de conhecer esse outro mundo do poder que mora a graça do filme – se procurar “lógica” entre os acontecimentos, não irá encontrar. Ah, sério que é sonho?
Outra coisa legal são as rimas visuais: por exemplo, na casa de fantasias, retoma-se o mesmo tema e disposição de objetos da cena do baile inicial, como se as mulheres se tornassem bonequinhos à venda – essa repetição mostra a continuação do tema da prostituição, da transformação da pessoa em objeto à venda. E nosso personagem masculino é tão preocupado com isso que toda a hora fala “sou um médico”, “sou um médico”, pois quer afirmar sua classe social média de bosta e dá gorjetas e dinheiro a todos. Mesmo na festa do começo, quando acha que está abafando, só conhece o pianista, tem que atender um “plantão” e é esnobado pelos verdadeiramente poderosos do pedaço. Conhece um cara assim?
Por fim, o casal em crise do guia de cinema acaba com “esse pesadelo” em plenas compras de Natal. Let’s fuck. E viveram felizes para sempre.
1 Comentários:
Nossa anitchas, q foda!
excelente a análise do cara... o negócio sobre uma análise tosca desse derradeiro kubrick é q faltava falar alguams coisas. quero assistir essa sua aula com urgência!
bjks
kqi
By Mauricio Schuartz, at 9:28 PM
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