Peixe de Aquário

02 dezembro 2006

Poema para o Gael, o Gato Azul

A Gatologia na poética é algo gritante – todo poeta que se preze já escreveu um poema sobre gatos. Mesmo que goste mais de cachorros, como é meu caso. Já tentamos montar uma gatologia com autores famosos, mas perdi o arquivo em algum lugar, peçam ao Fabio Aristimunho ou ao Paulo Ferraz que são mais organizados.

Particularmente tenho uma terrível alergia aos bichanos e quase morro espirrando toda vez que compartilho mesmo metros quadrados. O Gael já ganhou um poema do Gegê,
leia aqui no Dragão na Janela, mas esse escrevi hoje bem cedinho, quando cheguei em casa, dado que o pobre tem sido vítima de pregadores em sua cauda e que me acusam de não escrever mais poemas de amor. Esse daí ainda sofrerá reparos.


Lições de Desprezo segundo Gael, o Gato Azul

a tua paixão é um novelo de lã
que desfio macio entre garras

e te enforco - uma bola de pêlo na garganta

com o profundo no te quiero
com os olhos cheios de blues
.
-

4 Comentários:

  • Oi Ana, excelente o seu blog, estou de queixo caído com a qualidade vista por aqui.
    Com certeza me tornarei um frequentador assíduo de seu blog.
    Beijos!

    By Anonymous Anônimo, at 11:52 AM  

  • Um dos melhores poemas que conheço sobre gatos é da Wislawa Szymborska, há bons poemas também feitos pelo Neruda, Eliot (claro!) e entre nós pelo Vinícius e pelo Nelson Ascher. Vou deixar aqui um versão em espanhol do poema da Wislawa, sei que tenho numa revista uma tradução brasileira. Beijos e vá sim ao Denovonada, inclusive, mude o link.
    un gato

    en un piso vacío


    Morir, eso a un gato no se le hace.
    Porque, ¿que puede hacer un gato
    en un piso vacío?
    Subirse por las paredes.
    Restregarse contra los muebles.
    Nada aquí ha cambiado,
    pero nada es como antes.
    Nada ha cambiado de sitio,
    pero nada está en su sitio.
    Y la luz sigue apagada al anochecer.
    Se oyen pasos en la escalera,
    pero no los esperados.
    Una mano deja pescado en el plato
    y no es, tampoco, la de antes.
    Algo no empieza
    a la hora de siempre.
    Algo no sucede
    según lo establecido.
    Alguien estaba aquí, estaba siempre,
    y de repente desapareció
    y se empeña en no estar.
    Se ha buscado ya en los armarios,
    se han recorrido los estantes.
    Se ha comprobado bajo la alfombra.
    Incluso se ha roto la veda
    de esparcir papeles.
    ¿Qué más se puede hacer?
    Dormir y esperar.
    ¡Ay, cuando él regrese,
    ay, cuando aparezca!
    Se enterará de que estas no son maneras
    de tratar a un gato.
    Como quien no quiere la cosa,
    habrá que acercársele,
    despacito,
    sobre unas patitas, muy, muy ofendidas.
    Y, de entrada, nada de brincos ni maullidos

    By Anonymous Anônimo, at 1:54 PM  

  • oi, Paulo querido! gracias, bom o ver por aqui.

    e me falaram ontem que o meu poema para o gael o retrata como um gato cruel, mas até rima, o que posso fazer?

    e Antonoly, obrigada - espero não te desapontar, tem muita bobagem por aqui. Seguirei teu link para ler o teu.

    By Blogger ana rüsche, at 2:11 PM  

  • Aninha, querida, seguem aí "Os versos a um gato persa", do Eliot.
    Não sou propriamente fã de gatos (são ariscos e me causam uma alergia terrível), mas esse poema, a despeito de ser dedicado a um bichano, a mim muito agrada (especialmente da sexta estrofe em diante, podendo muito bem ser tranportado para outro contexto).

    As aves que gorjeiam no ar escorrem
    À verde relva da Russel Square.
    Sob as árvores não há repouso
    Para os cérebros obtusos, os desejos agudos
    E os olhinhos vivazes de taturana.
    Não há consolo exceto no desgosto.
    Oh, quando há de parar o coração que estala?
    Quando a carne há de calar sua a sua fala?
    Por que o dia de verão tanto demora?
    E quando, enfim, há de escorrer a hora?

    Besitos,
    Maroca, Marofa, Marossilga e variações outras.

    By Anonymous Anônimo, at 2:58 PM  

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