um poema de Dirceu Villa
O mau humor ia deixar o Peixe sem poemas, mas depois de um e-mail que recebi hoje, a tal verdade “a vida é mais forte” deixa sua marca.
Como reação, procurei um poema delicado. Tenho um certo prazer em datilografar poemas, é uma outra forma de ler com os dedos, porém as circunstâncias ditaram um copy-paste mesmo, lá do Germina. clique aqui
O poema é daqueles autores que adoro e leio antes de dormir, o Dirceu Villa. E como rasgação de seda pouca é bobagem, por sinal também é o mais charmoso poeta dessas paragens, e como comentei lá no escolhas afectivas (espero que o comentário seja aprovado, vai saber, eles andam quentes por lá), se nomeasse “o mais belo” iria ocorrer uma guerra? Hum, interessante.
Aí vai.
Cosméticos para o Corpo
toilette feminina
Que perfume prefiro
esta noite?
resina, madeira,
o dulçor de um floral?
Linha negra de lápis
nos olhos?
brilho no peito,
e batom no meu beijo?
Na banheira eu me deito,
cabelos num coque;
com sais odorosos
me lavo:
O que eu passo na pele,
e no rosto?
karité, alfazema,
hidratante?
Oh deusa, meus dedos
me tocam entre as pernas,
e abrigo o amor
num suspiro.
Dirceu Villa é poeta e mestre em literatura pela USP. Publicou MCMXCVIII (Badaró, 1998) e Descort (Hedra, 2003), ambos de poesia.
Como reação, procurei um poema delicado. Tenho um certo prazer em datilografar poemas, é uma outra forma de ler com os dedos, porém as circunstâncias ditaram um copy-paste mesmo, lá do Germina. clique aqui
O poema é daqueles autores que adoro e leio antes de dormir, o Dirceu Villa. E como rasgação de seda pouca é bobagem, por sinal também é o mais charmoso poeta dessas paragens, e como comentei lá no escolhas afectivas (espero que o comentário seja aprovado, vai saber, eles andam quentes por lá), se nomeasse “o mais belo” iria ocorrer uma guerra? Hum, interessante.
Aí vai.
Cosméticos para o Corpo
toilette feminina
Que perfume prefiro
esta noite?
resina, madeira,
o dulçor de um floral?
Linha negra de lápis
nos olhos?
brilho no peito,
e batom no meu beijo?
Na banheira eu me deito,
cabelos num coque;
com sais odorosos
me lavo:
O que eu passo na pele,
e no rosto?
karité, alfazema,
hidratante?
Oh deusa, meus dedos
me tocam entre as pernas,
e abrigo o amor
num suspiro.
Dirceu Villa é poeta e mestre em literatura pela USP. Publicou MCMXCVIII (Badaró, 1998) e Descort (Hedra, 2003), ambos de poesia.
3 Comentários:
Ana, bonito este poema publicado.
Adorei que aprovou meu poeminha. Sua opinião é de grande significado.
Beijos!
By gustavo.assano, at 1:49 PM
q bonito..
ele ainda dá aula na usp? de que?
By Anônimo, at 3:37 PM
oi, gus - e a tua opinião é assim para mim, ora poisch. avise quando fizer outro, sim?
ellen querida, o dirceu dá aulas nos cursos de extensão da área de letras modernas, inglês. ele fez mestrado em tradução, ezra pound.
vc pode ler vários textos críticos dele, o google te ajuda. leio sempre a "officina perniciosa" que mantém no Germina: www.germinaliteratura.com.br/officina.htm.
ah, sim, creio que contaremos com a tal ilustre presença no supercoisa 00. ;)
beijinhos aos dois
By ana rüsche, at 3:56 PM
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