Peixe de Aquário

11 dezembro 2006

sobre a Virna

(1) Não percam o especial de Natal nos Doces Enjoativos com Menina Jesus de Daniel Candeias.
(2) Ontem não consegui ir no aniversário do Casulo, gripe ainda, ai, ai.
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....calçada

....vermelhas
....as sandálias de marca-páginas

....suas pernas
....onde foi que paramos mesmo?
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Redigi esse poema para um amigo, mas ressoando a Virna Teixeira nos ouvidos – fiz uma pesquisa sobre a obra dela com o Antonio Vicente (FFLCH-USP) e tive que ler várias vezes o Distância (2005) e o Visita (2000), ambos pela 7 Letras. Sua poesia tem um ritmo diferente para a leitura, não dá para se ler a Virna com pressa ou com desatenção.

É uma poesia concentrada em imagens, cujo cenário quem encaixa é a cabeça do enunciador, um quebra-cabeça em que o silêncio tem um peso grande, aquele espaço que separa as pecinhas em cima da mesa, que sem ele não existiria o próprio quebra-cabeça.
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Por isso, pensei o poema de ontem (Entrevista por Correspondente) a partir do trabalho com a disposição das palavras: no início como a Virna - de forma a desenhar o quadrilátero do quarto - e depois como eu mesma, em dois dísticos. Menos teoria e um pouco de Virna para você, que com sorte, pode ler diariamente no htt://papelderascunho.net:


....CALÇADA

....pequeno, o
....frágil
....corpo
....soluça

....vermelha,
....a flor
....entre os
....dedos
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