um poema alheio
A minha mais querida turma de amigos é o povo da Academia de Letras, viva ainda dos idos 199.. na época em que fazíamos Direito. Apesar do esteriótipo mais comum ser sobre pessoas sérias, sempre mostram o quando atrizes e maloqueiristas são tímidos perto de suas ações avassaladoras por aí. E graças a deus continuam uns malucos até hoje e grandes culpados de muitas coisas que faço ou escrevo.
Em 2005 criamos um troço que era o MANIFESTO DA POESIA ALHEIA (o yahoogroup não me permitiu recuperar o texto original). A idéia é simples: pega-se um texto e faz-se um poema chupinhando tudo o que for possível do original, de preferência mantendo-se frases inteiras. O que é deveras original em épocas de creatives commons e outras liberalidades.
O Paulo M fez um a partir da leitura de um texto que a Cristiane Lisboa postou hoje. Ficou legal, para você:
fui dama de honra
oito ou nove vezes
(sempre variando
entre o cabelo chanel liso
e cachinhos presos
por tiaras de fitas de cetim).
as noivas me disputavam:
eu tinha um guarda-roupa
exclusivo para casamentos
e luvas de voal branco.
havia fotos minhas
em quase todas as casas
da cidade.
pessoas me comprimentavam na rua
e desconhecidas me queriam
em seus casamentos.
(jamais tropecei no tapete vermelho
ou esqueci as alianças).
aí, comecei a usar sutiã.
e descobri que a fama é volátil
como pó de tatu bola.
8 Comentários:
Adoro a poesia alheia, especialmente a parte de se apropriar do texto alheio sem remorsos nem dilemas!
Beijo
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Fábio Aristimunho, at 5:16 PM
Ó o Paulo M. tratando a prosa da Cristiane como se fosse de sua própria pena...hahahá.
Gostei do resultado.
Besitos, Ana! Achtung.
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Carol M., at 7:45 PM
Oh!
Ana,
Ontem postei no meu blog um trecho do distúrbio eletrônico, do critical art ensemble. http://www.critical-art.net/
Fala sobre as palavras.
e eu pergunto sobre as imagens.
beijos
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bio, at 10:38 AM
Adorei isto. As palavras estão todas ali, não mudou nem uma vírgula. Mas o texto é outro, novo, estranho aos meus olhos. Lindo.
Gracias, Paulo. E fique a vontade, viu?
:)
Cristiane Lisbôa
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Anônimo, at 10:52 AM
Há! Eu adorei a idéia..
sempre quis fazer isso, agora acho que vou por a mão na massa.
Tenho uns textos muito bons aqui guardados e vou reutiliza-los pra escrever uns poemas.
Isso acabou de me lembrar do filme Encontrando Forrester. O menino Jamal usa o primeiro parágrafo de um conto do Forrester e daí começa as escrever usando suas próprias palavras.. show de bola. (já chorei muito nesse filme)
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Anônimo, at 11:47 AM
Manifesto da poesia alheia publicado no dragão! Não se pode fazer a verdadeira poesia alheia sem respeitar suas regras milenares!
Beijos!
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Geraldo, at 12:09 PM
Obrigado, Cristiane. A Poesia Alheia é garimpada no mundo (como você poderá ver no Manifesto, que tá no blog do GG), daí que, se a jazida for boa, fica mais fácil. Vou voltar mais vezes ao seu blog.
Beijos para você e para AnaR.
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Anônimo, at 5:25 PM
A poesia alheia já me proporcionou bons achados, um dos melhores é este aqui:
http://medianeiro.blogspot.com/2006/08/o-evangelho-segundo-praa-roosevelt.html#links
Se bem que eu acabei mexendo nele depois e se afastou do texto original, mas o que vale o é o resultado.
a/b
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Fábio Aristimunho, at 7:22 PM
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