O Peixe mudou de Aquário: agora é .zip.net
Sim, mudamos de endereço: http://peixedeaquario.zip.net
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O Emir Sader já fez os melhores e piores do ano. E o Joca fez os livros e o Cronópios nos trouxe depoimentos.
Então, deixo a melhor foto que eu vi no ano (não sei nem se é desse ano, vejam bem): um trabalho da Alessandra Cestac, foto de João Wainer, em homenagem às trocas entre linguagens. Que já me rendeu um capítulo inteiro do romance – queria que fosse um poema, mas saiu em prosa. Quando estiver à altura, mostro para você.
Mais sobre a Alessandra Cestac
clique aqui para ir ao flickr dela
No dia teve também lançamento do livro do Ademir Corrêa – a edição é uma cadernetinha azul com letras douradas, vinha dentro de um saquinho plástico fecho zip, acompanhada de uma maçã e o melhor: um adesivo de geladeira com o poema abaixo em frases destacáveis. Fino. Nem preciso dizer que distribui quase todas as frases destacáveis no lançamento do Zona Branca do Ademir Assunção no Parlapatões, Pça. Roosevelt, mas nessa hora minha máquina já estava sem bateria...
poema da terceira série
quando eu fui abusado parei de espiar pela fechadura
quando eu fui abusado a minha mãe teve que ser dura
quando eu fui abusado a minha irmã não brincou mais comigo
quando eu fui abusado perdi meu melhor amigo
quando eu fui abusado nunca mais deitei por dinheiro
quando eu fui abusado coloquei a roupa ligeiro
quando eu fui abusado a dor foi maior do que o grito
quando eu fui abusado saí correndo aflito
quando eu fui abusado me escondi de medo
quando eu fui abusado resolvi contar este segredo
quando eu fui abusado falaram que era feio mentir
quando eu fui abusado vi que eu devi sumir
quando eu fui abusado alguém disse a palavra "perverso"
quando eu fui abusado resolvi transformar tudo em verso
quando eu fui abusado o meu pai não ficou de castigo.
Só. Eu.
O que a Wikipédia traz sobre o Imperador-Amarelo-ele-mesmo são previsões sólidas: “Durante o seu reinado Huang Di interessou-se especialmente pela saúde e pela condição humana, questionando os seus ministros-médicos sobre a tradição médica da época”. Fora de seqüência, fotos da quinta passada e desejos de grandes anos.





"Mas suspeito que apenas alguns sairão abalados pelo golpe final, uma declaração quase insuportável de que a realidade e a imaginação estão divididas por um abismo instransponível e já não podem ajudar uma à outra nos dias de hoje; de que só resta, à imaginação fantasiosa, a nobre função de fuga dos horrores da vida real; de que uma e outra não podem mais andar de mãos dadas. A ficção está morrendo, ou, para não soar dramático demais, cada vez mais perdendo o valor ("O seu livro é autobiográfico?”, me pergunta um fantasminha nesse momento, com um sorriso cheio de sarcasmo estampado na cara - ele sabe, como eu, que a resposta não existe)".
Cheguei em casa após andanças com os Maloqueiristas clássicos. Para vocês verem que nem só de poesia vive o homem, duas caricaturas feitas pelo Berimba de Jesus: Caco Pontes e yo – ou seja, além de emagrecer, tenho que melhorar a fachada inteira, hahá.

